quinta-feira, 18 de maio de 2017

STF afasta Aécio Neves do Senado e manda prender irmã


Alan Marques - 4.out.2016/Folhapress
O senador Aécio Neves, do PSDB
O STF (Supremo Tribunal Federal) decidiu afastar do cargo o senador mineiro Aécio Neves, presidente nacional do PSDB e que aparece, segundo reportagem, em gravação pedindo R$ 2 milhões a donos do frigorífico JBS, que negociam delação premiada.
Também foi afastado, a pedido da Procuradoria-Geral da República, o deputado Rocha Loures (PMDB-PR), um dos assessores mais próximos do presidente Michel Temer e que teria sido filmado recebendo uma ma ade R$ 500 mil.
Há também um mandado de prisão preventiva contra Andrea Neves, irmã do senador, e contra o procurador da República Ângelo Goulart Vilela, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Residências de Aécio estão sendo alvo de busca e apreensão na manhã desta quinta (18). Também são alvos da operação o senador Zezé Perrella (PMDB-MG), o deputado Rocha Loures (PMDB-PR) e Altair Alves, conhecido por ser braço direito do deputado Eduardo Cunha.
Buscas também são feitas na casa do coronel João Baptista Lima Filho, ligado a Temer. Os mandados foram autorizados pelo STF.
Entre os locais de busca, segundo investigadores, estão a residência de Aécio no Rio e em Brasília, de Andrea, no Rio, e o Congresso.
A PF informou que foram expedidos cerca de 40 mandados. Eles estão sendo cumpridos no Rio, Brasilia e Belo Horizonte. Há pelo menos um mandado de prisão, segundo a Folha apurou.

Alessandro Buzas/Futura Press/Folhapress
Equipe da PF em frente ao prédio onde mora o senador Aécio Neves em Ipanema, no Rio
Equipe da PF em frente ao prédio onde mora o senador Aécio Neves em Ipanema, no Rio
DELAÇÃO
Aécio e Rocha Loures foram citados pelo empresário Joesley Batista, um dos donos do grupo J&F, proprietário do frigorífico JBS. A informação foi dada pelo colunista Lauro Jardim, do jornal "O Globo", e confirmada pela Folha. Joesley e seu irmão Wesley foram ao gabinete do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin para selar um acordo de delação premiada na última quarta (10).
A delação aponta que Temer destacou o deputado federal para intermediar interesses do grupo empresarial no Cade, órgão de defesa da concorrência. Desde 2011, ele trabalha com o presidente, quando Temer foi eleito vice na chapa de Dilma Rousseff. Rocha Loures, na época, era chefe de Relações Institucionais da Vice-Presidência.
Loures foi filmado recebendo uma mala com R$ 500 mil enviados por Joesley.
Aécio Neves também foi gravado pedindo R$ 2 milhões a Joesley para pagar sua defesa na Lavba Jato.A quantia foi entregue posteriormente a um primo do tucano, em ação filmada pela PF.
A delação da JBS também menciona o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega como contato da companhia com o PT.
A JBS esteve na mira de investigações da Polícia Federal em diferentes frentes desde 2016. Na sexta-feira (12), a PF deflagrou operação sobre supostas irregularidades na concessão de empréstimos do BNDES. O juiz responsável, Ricardo Leite, de Brasília, negou um pedido de prisão contra os donos da empresa.

Camila Mattoso/Folhapress
Policiais federais cumprem mandado no gabinete do deputado Rocha Loures (PMDB-PR)
Policiais federais cumprem mandado no gabinete do deputado Rocha Loures (PMDB-PR)

0 comentários:

Postar um comentário